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Comunicação nas CEBs: Falar mais das comunidades e menos dos Intereclesiais

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Por ocasião do 1º Encontro de Comunicadores de CEBs que aconteceu entre os dias 09 e 11 de junho, em Juazeiro do Norte, na cidade do Patriarca do Nordeste – Padre Cícero Romão Batista1, a equipe de Comunicação das CEBs do Nortede solicitram um artigo ao companheiro de caminhada Roberto Malvezzi, o Gogó. 

Ele faz uma contribuição interessante sobre a necesidade de falar mais das pequenas coisas, do dia a dia das Comunidades, das lideranças e do jeito simples de fazer Igreja pelas CEBs.

Contribuição: Batista

Acompanhe o  artigo na íntegra!

 

Comunicação nas CEBs:

Falar mais das comunidades e menos dos Intereclesiais.

Roberto Malvezzi (Gogó)

Pessoal da comunicação das CEBs me pediu um texto falando exatamente do tema comunicação de nossas comunidades. Então, quero fazer algo muito na linha do que se vive aqui pelos sertões em termos de nossas CEBs.

Tempos atrás, quando falávamos de CEBs, era de pessoas simples, lideranças populares, das comunidades com seus nomes, suas vidas, suas celebrações e, muito, mas muito mesmo, de suas lutas por dignidade, justiça, terra, água, direitos, assim por diante.

Hoje, vendo o que circula numa rede zap das CEBs, muitas vezes fico me perguntando porque as lutas reais das comunidades, suas celebrações, seus problemas, suas lideranças com seus nomes, quase não aparecem mais. Muitas vezes aparecem mais os assessores, os bispos, os padres e as viagens que se faz para determinados eventos.

Ainda mais, pouco se fala das comunidades reais e concretas e muito se fala dos Intereclesiais. Parece que passamos alguns anos preparando esses momentos, que agora temos um movimento chamado CEBs. Não que eles não sejam importantes, mas o que interessa em primeiro é a multidão de comunidades que está espalhada por esse Brasil e que hoje, diante de uma religião midiática que prioriza o espetáculo, parecem sequer existir.

Gostaria de ver em nossas comunicações exatamente nosso povo do chão, com seus rostos, seus nomes, suas lutas, suas esperanças e alegrias. Ainda mais, inseridas no século XXI, na Igreja em saída como quer Francisco, nas lutas socioambientais de nosso povo pelos nossos biomas com toda sua biodiversidade, suas águas e com os povos que ali habitam.

Gostaria de ver mais ali a condição, lutas e conquistas dos povos indígenas, quilombolas, de todas as periferias, no dizer do Papa Francisco. Afinal, as CEBs também têm que ser missionárias.

Nesse sentido, quando falamos das CEBs urbanas, mando meu abraço solidário à comunidade de Antônio Guilhermino, aqui em Juazeiro da Bahia, que há anos criou um grupo para acompanhar o saneamento básico na cidade e que agora se ampliou para um Movimento de Cidadania. Monitora a elaboração e implantação do Plano Municipal de Saneamento. A verdade é que, com as lutas populares, o saneamento avançou muito na cidade. Porém, a comunidade que iniciou essa luta, continua sem saneamento. Por isso, a lutas de nossas CEBs urbanas na cidade continua com essa bandeira. 

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