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Padre oferece espaço para abrigar moradores de rua com coronavírus em SP
Por Daniel Froes

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

Pessoas em situação de rua são mais suscetíveis ao contágio do novo coronavírus, pois elas não têm acesso a medidas básicas de proteção, como lavar as mãos e usar álcool gel. Se são mais suscetíveis, podem propagar a doença mais rápido, né?

Sabendo disso, o Padre Julio Lancelotti ofereceu um espaço para abrigar moradores de rua de São Paulo infectados pela Covid-19. A Casa de Oração do Povo de Rua pode receber até 50 pessoas.

“Na rua não tem medidas de acesso de higiene como o básico: lavar as mãos, usar álcool gel, ter medidas de higiene como roupas limpas, locais limpos para dormir“, explica o pároco.

“Duas pessoas da Secretaria da Saúde estiveram lá, viram o espaço, viram com alguma possibilidade de adequação e contam com essa possibilidade caso seja necessário.”

casa de oração do povo de rua
Local tem capacidade para abrigar até 50 pessoas. Foto: Patrícia Figueiredo/G1

A Casa de Oração foi construída com dinheiro de um prêmio que Dom Paulo Evaristo Arns recebeu do Japão, pela fundação Niwano, no valor de US$ 190 mil, em 1994.

É um reconhecimento “por sua colaboração inter-religiosa para promover o desenvolvimento, conservar o meio ambiente e criar um mundo de paz com a participação de cristãos, budistas, muçulmanos e judeus”.

População de rua em SP

Dados da Secretaria Municipal de Assistência Social de 2019 mostram que São Paulo tem uma população de rua de pelo menos 24 mil pessoas: 2.211 são idosos com 60 anos ou mais (população mais vulnerável ao coronavírus); 81% desses idosos estão acolhidos em centros de atendimento municipais.

Problemas em albergues e falta de comida

casa de oração do povo de rua
Foto: Patrícia Figueiredo/G1

Até mesmo os sem-teto que estão em albergues públicos enfrentam problemas de saúde e de falta de estrutura.

“Os que estão acolhidos, estão relatando questões muito fortes como a tosse, por exemplo. Dizem que falta ventilação nos lugares. Além disso, uma doença prevalente que pode ser agravante [nestes lugares] é a tuberculoseÉ comum, mesmo nos centros de acolhidas, tem muita tosse, que acaba passando de uns para os outros.”

Além disso, essas pessoas relatam que a distribuição de sopas e lanches tem diminuído, já que os voluntários que realizam a entrega das refeições têm evitado circular nas ruas por conta do medo do coronavírus.

Matéria publicada no site razões para acreditar, em 16 de março de 2020. https://razoesparaacreditar.com/padre-espaco-moradores-rua-coronavirus/?utm_source=whatsapp

Foto de capa: revista sentido.

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