Por Luis Miguel Modino
Na Amazônia, no Brasil e no mundo, a figura de Pedro Casaldáliga é reconhecida por seu profetismo e defesa do povo. Alguém que mora na Amazônia desde há mais de 50 anos tem sido fonte de inspiração para muita gente. Isso tem sido recolhido em muitas matérias jornalísticas, revistas e livros. Um deles é “Um Bispo contra todas as Cercas”, a biografia publicada neste ano pela jornalista Ana Helena Tavares, onde recolhe muitos elementos presentes na vida de quem por mais de três décadas foi bispo de São Felix do Araguaia. Ele exerceu seu pastoreio do jeito que o Papa Francisco gosta, com cheiro de ovelha.
Essa biografia tem sido entregada ao Papa Francisco no início dos trabalhos da última semana do Sínodo para a Amazônia, onde se quer fazer realidade novos caminhos que Dom Pedro sonhou, na aula sinodal neste 21 de outubro. Segundo Dom Adriano Ciocca, bispo de São Felix do Araguaia, “ele a gradeceu”, como aparece nas fotos do momento, mas reconhece que foi algo rápido, pois sempre tem uma fila de gente querendo entregar alguma coisa ou conversar com o Papa Francisco. Segundo Dom Adriano, “com certeza ele sabe da história de Pedro e deve ter ficado satisfeito por ter recebido um livro que lembra a caminhada deste profeta”.
Para Ana Helena Tavares, biógrafa de Casaldáliga, este momento “significa que tudo valeu a pena. Cinco anos de trabalho foram coroados hoje”. Segundo a jornalista carioca, “acho que o Papa Francisco se aproxima muito de Pedro Casaldáliga. É o Papa com que Pedro sempre sonhou”.
Ela agradece que o livro tenha sido entregado por Dom Adriano, “pelo que acompanho e segundo as informações que tenho, é um bispo que faz jus à caminhada de Pedro. Então, além da alegria de ver o livro nas mãos do papa, é uma honra também que tenha sido entregue pelo atual bispo de São Félix”.
Nas últimas semanas apareceram notícias sobre o agravamento da saúde de Dom Pedro Casaldáliga, o que foi desmentido posteriormente pelas pessoas mais próximas ao bispo emérito de São Félix do Araguaia, que desde há vários anos convive com “o irmão Parkinson”, como ele mesmo falou repetidas vezes.