Articulação de Comunidades e sinodalidade

Por Hermínia Boudens

Uns dias atrás um professor de psicologia da Universidade de Pernambuco entrou em contato comigo. Sabendo que faço parte da Coordenação da Fundação Santuário das Comunidades Eclesiais de Base do Agreste de Pernambuco, ele sugeriu promover com um grupo de estudantes uma conversa, numa “live”, com pessoas que vivem “em Comunidade”, para assim contribuir com o protagonismo da comunidade e a autonomia de jovens, mulheres, lideranças, etc.

Outro dia, um companheiro de caminhada comentou comigo que ele foi procurado por um pesquisador que queria conhecer de perto uma Comunidade Eclesial de Base, para saber e sentir na pele como funcionava essa tal de CEB, uma vez que a coisa parecia bem articulada e organizada a nível regional e até nacional. E não era fácil indicar uma!

Há poucos dias um padre abordou comigo sua inquietação sobre o que se podia fazer para estancar o aumento assustador da extrema direita na igreja. 

E, por fim, o ISER Assessoria [Portal das CEBs] publicou um artigo de Solange Rodrigues sobre a articulação das CEBs na atualidade, mostrando um altíssimo índice de articulação (88%) a nível nacional. Um excelente artigo. Minhas palavras aqui querem apenas ser uma contribuição para um debate que se faz necessário.

Estamos no mês considerado vocacional e eu costumo dizer que há muita, muita vocação. São vocações com espírito sinodal, com espírito libertador, com corações abertos à diversidade, com talentos e sabedorias voltados aos que sofrem, humildes em estilo de viver, com enorme potencial para contribuir na transformação de uma igreja verdadeiramente em saída e voltada para os pobres. São vocações que não se encaixam no clericalismo e triunfalismo muito menos numa teologia da prosperidade. Se a igreja não quiser perder tantas vocações, ela vai ter que mudar sua estrutura de maneira radical. As pessoas não perdem sua vocação, a igreja pode perder as pessoas…

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