Segue o poema completo!
No chão árido de uma vida moderna, tecnológica, mas acidamente injusta, que testemunhamos neste início do século XXI, temos o vislumbrar de uma Chuva agradável que desponta serenando no horizonte dos povos brasis para aliviar seus corpos ressequidos e fortalecer-lhes na esperança da luta por plena dignidade, alegria e gozo. Lá vem ela… Chuva dançante, colorida, restauradora, que ao som dos tambores, atabaques, vozes múltiplas e diversidades, nos encanta e seduz; lá vem ela, Chuva revigorante que chamamos carinhosamente de: Intereclesial das CEBs!
Nossos corações começam a bater em um ritmo mais acelerado por causa da sua chegada; fechamos os olhos e lembramo-nos dos encontros passados, dos cantos, dos brados de luta, da força em unidade, do sorriso em esperança e da certeza de ter feito a mais nobre opção: o bem comum, mas socorrendo primeiro os feridos, isolados e injustiçados. E assim o desejo do encontro só aumenta, a voz não quer quietar e, por isso, de dentro de nós vai saindo espontânea e fervorosa a frase da canção: “Lá vem o Trem das CEBs caminhando com seu povo…”.
Vem Trem das CEBs… vem cantando, vem bailando e vem passando por todo o Brasil, terra linda, fértil, vibrante e tristemente castigada, judiada, saqueada, por mentes egoístas, sentimentos gananciosos e mãos impiedosas. Vem Trem das CEBs, reúna e acolha em seus vagões as pessoas que emanam sabedoria e bondade, desperte nas demais o desejo de embarcar nesta viagem inspiradora, que terá como destino o 14º Intereclesial das CEBs. Queremos nos encontrar todos lá; festivos, fraternos, conscientes e desejosos de construir um projeto para um Novo Brasil, onde transborde o respeito à vida, às vidas, aos seres, às coisas, aos lugares, a tudo que é salutar.
Trem das CEBs, nos deixe todos na mesma estação, lá na querida Londrina, para que possamos juntas e juntos nos banhar em festa debaixo daquela anunciada Chuva refrescante que outrora despertara no horizonte e que nos embeberá de unidade e paz na ânsia de um novo e belo por vir. Porque irá chegar, “irá chegar um novo dia, um novo céu, uma nova terra e um novo mar”; e nós seremos a semente que se banhou naquela Chuva vívida, se firmou na terra fértil e que desabrochou em ideias e ações cotidianas para que surgisse uma humanidade onde o cuidado e o zelo pela vida emanam, sem aprisioná-la em padrões oportunistas e cruéis que fazem sangrar pessoas e povos.
Nos vemos lá, nesta grande Confraternização do Amor!
Wadna Salles
Teóloga, Especialista em Ciências da Religião, Pesquisadora e Escritora.
23/06/2017