Curso de Verão 2021: um chamado ao cuidado da Casa Comum e a uma cidade sustentável
Por Luis Miguel Modino

O Curso de Verão, realizado anualmente desde 1988, tem se tornado aos poucos uma tradição presente na vida dos brasileiros no início de cada ano. Organizado pelo Ceseep (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular), o curso tem sido ponto de encontro e reflexão, sempre com uma participação de centenas de pessoas, chegadas de todos os cantos do Brasil e de outros países, aprofundando em questões referentes à política e a religião.

Neste ano, diante da realidade da pandemia da Covid-19, o curso, como grande parte dos encontros nos últimos meses, acontecerá de forma virtual, um desafio para um curso onde a proximidade e a espiritualidade coletiva sempre foram elementos muito presentes. O Curso de Verão 2021 será realizado entre os dias 7 e 13 de janeiro e terá como tema “Cuidar da Casa Comum: por uma cidade sustentável”. O tema pode ajudar a refletir sobre uma realidade cada mais presente na reflexão da Igreja e da sociedade, uma urgência diante de uma pandemia provocada, segundo diferentes opiniões, pela falta de cuidado da Casa Comum.

Segundo o padre Oscar Beozzo, um dos grandes articuladores do Curso de Verão ao longo de mais de três décadas, “trabalhamos muito para refazer o curso de maneira on line”. Desta vez, segundo ele, “vai ser um curso mais enxuto, menor”, querendo ajudar a refletir, seguindo o tema do curso, “para que nossas cidades não sejam excludentes com os pobres, fiquem sem saneamento, fiquem com poluição, com os rios estragados”. O propósito é “pensar juntos como criar uma cidade sustentável”, afirma Beozzo.

O curso vai realizar um olhar da realidade, um olhar bíblico, tendo como exemplos Babel e a Nova Jerusalém. Junto com isso, vai ser trabalhada a Campanha da Fraternidade de 2021, que neste ano é ecumênica. Dentro do olhar da cidade, serão apresentadas experiências que estão sendo desenvolvidas por diferentes pessoas e grupos, abordando as experiências dos grupos de catadores de materiais recicláveis, os povos indígenas na cidade, as pessoas que estão inventando como enfrentar a pandemia de maneira popular. Serão apresentadas, segundo Oscar Beozzo, “seis experiências boas de como enfrentar os problemas das nossas cidades”.

O Curso de Verão deste 2021 será momento para homenagear ao Seu João Andrelino de Souza, que fazia parte da Equipe de Animação desde o início do curso e faleceu neste ano, e Dom Pedro Casaldáliga, falecido no dia 8 de agosto e que foi um dos assessores do Curso de Verão. Estamos diante de um curso ecumênico, que chama as pessoas para construir juntos saídas para as questões que são examinadas, segundo Beozzo.

O tema do curso, que precisa de inscrição previa e o pagamento da taxa de participação, é visto por Cecília Franco, responsável pela coordenação do Curso de Verão, como uma oportunidade para refletir “diante da pandemia, diante do processo de desgaste do nosso planeta, com tanta coisa que nós fomos consumindo”. Segundo ela, “algumas reflexões nos levam a pensar o porquê de nós estarmos vivendo esse momento”, afirmando que “precisamos aprofundar e construir uma cidade sustentável”.

O curso será realizado em dois momentos, de manhã, das 9 às 10:30 horas, e de noite, das 20 às 21:30 horas, no horário de Brasília, do dia 7 até o dia 13 de janeiro. De manhã será momento para fazer rodas de conversa e na parte da noite serão abordadas diferentes questões em referência ao tema deste ano. O ponto de partida será uma análise de conjuntura, que contará com a assessoria de Maria Gorete Jesus e Rodrigo Cosenza. No segundo dia, Moema Miranda vai refletir sobre “Nossa Casa Comum em perigo. Panorama socioeconômico ambiental”.

A noite do sábado, dia 9, com a assessoria de Clara Carvalho de Lemos, vai ser abordada a questão de “Por uma cidade sustentável. Implicações do modelo consumista”. Romi Bencke vai ajudar na reflexão sobre a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema o diálogo. No dia 12, Luiz Kohara vai abordar o tema “Construir uma nova cidade sem exclusões, solidária e comprometida com os mais pobres”. Finalmente, a biblista Odja Barros, abordará a reflexão sobre “Entre Babel e Nova Jerusalém: reflexão sobre outra cidade possível”.

 

 

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