Escuta Sinodal da REPAM, um processo concluído com alegria e muitos frutos

Por Luis Miguel Modino

Uma das tarefas confiadas pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos à Rede Eclesial Pan Amazônia – REPAM, foi a realização de uma parte da escuta sinodal dentro do processo do Sínodo para a Amazônia, um caminho no qual, desde outra perspectiva, as sete conferências episcopais da Pan Amazônia também participaram.

Como reconhecido por Mauricio Lopez, esta consulta sinodal “concluiu com muitos frutos”, o que se torna um motivo de “grande alegria para a REPAM” porque é “algo que vai nos ajudar a nos prepararmos para o Sínodo da Amazônia”. Acima de tudo, o que é motivo de gratidão, o Secretário Executivo da rede destaca as muitas pessoas envolvidas e “uma participação muito alta de membros da Igreja e de órgãos muito próximos e relacionados com ela”.

A participação pode ter chegado a 87.000 pessoas em todos os processos de escuta sinodal da REPAM, 22.000 em eventos diretos nas jurisdições e instancias da igreja, e outros 65.000 nos processos de preparação para essas consultas. “Isso tem sido feito, como tinha sido apresentado desde o início, em assembleias territoriais, que foram organizadas de forma diferente, com o apoio da REPAM nacional em cada um dos países e com as instancias eclesiais, fóruns temáticos sobre questões prioritárias a serem tratadas, dentro da experiência da própria Igreja e da REPAM, para lhe oferecer ao Sínodo, e rodas de conversa para locais mais distantes, pequenos grupos que poderiam facilitar uma maior participação”, disse Mauricio Lopez.

De fato, cerca de 60 a 70 assembleias territoriais foram realizadas, junto com 25 fóruns temáticos e cerca de 160 a 170 rodas de conversa, fora dos milhares de rodas de conversa que não enviaram relatórios, que receberam o nome de escutas preparatórias e que antecederam as assembleias territoriais. O número total de atividades realizadas pela REPAM entre julho de 2018 e 15 de fevereiro de 2019 foi de 260 pontos de escuta. Um aspecto que o Secretário Executivo da REPAM destaca é o envolvimento dos próprios bispos nas atividades do REPAM, sem excluir o seu próprio processo de consulta, que foi cerca de 90% de todos os bispos da Amazônia.

O fruto desse enorme trabalho foi formalmente entregue em 25 de Fevereiro, no Vaticano, pelo Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da REPAM, à Secretaria do Sínodo dos Bispos, através do cardeal Lorenzo Baldisseri, um relatório onde todas as escutas sinodais da REPAM foram coletadas. Foi também em 25 de fevereiro, quando o Presidente da entidade, o Cardeal Hummes, o Vice-presidente, o Cardeal Barreto, e seu Secretário Executivo, Mauricio Lopez, foram recebidos em audiência pelo Papa Francisco.

Toda esta informação, resultado do trabalho de todas as instâncias da REPAM e da Igreja, que apoiaram muito neste processo, e de instancias afins, com quem a REPAM coordenou o trabalho, especialmente com a Secretaria do Sínodo dos Bispos, já está nas mãos da Secretaria. Mauricio Lopez diz que “são eles quem deve acompanhar tudo o que serão os próximos passos, particularmente a elaboração do documento de trabalho, Instrumentum Laboris, que terá em conta, é claro, todas essas contribuições feitas pela escuta realizada pela REPAM ”

O trabalho realizado pela REPAM em seus mais de quatro anos de existência conferiu-lhe uma credibilidade que alguns, com interesses pouco claros, querem aproveitar. Nesse sentido, algumas pessoas querem juntar o nome da Rede Eclesial Pan Amazônica a eventos que, sendo locais, buscam ter um impacto mais amplo, querendo mostrar que isso faz parte do processo de consulta sinodal.

Desde a própria REPAM, seu Secretário Executivo deixa claro que “o processo realizado pela nossa rede concluiu naquele momento, em 25 de Fevereiro, nenhuma outra atividade ou consulta feita mais tarde, fará parte da escuta formal da REPAM sobre o Sínodo”, insistindo repetidamente que “deve ficar muito claro que a consulta sinodal realizada pela REPAM concluiu”.

Nos últimos dias, como o próprio Lopez aponta, “nós estamos ouvindo que algumas instâncias, organizações ou fundações ainda estão fazendo processos de consulta sinodal, inclusive com a REPAM, por isso devemos esclarecer isso para que não haja espaço para dúvidas”. O Secretário da REPAM insiste que “o processo Sínodo é coordenado pela Secretaria do Sínodo dos Bispos, em Roma, eles terão qualquer outro canal de escuta, mas em relação à REPAM esse processo tem sido concluído”.

Esta semana, 7 e 8 de Março, está programado o seminário “Sínodo da Amazônia: contribuições a partir do desenvolvimento sustentável”. Entre os organizadores aparecem a Arquidiocese de Manaus, a Rede Eclesial Pan Amazônia (REPAM), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), com o apoio da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano, Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN-Amazônia) e o Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Este evento foi anunciado na mídia local como uma consulta sinodal com a REPAM, mas a consulta da REPAM já foi encerrada, como evidenciado pelo fato de que o material recolhido foi entregue em 25 de Fevereiro à Secretaria do Sínodo. Mauricio Lopez reconhece que “a arquidiocese local está participando e pediu que um representante da REPAM para acompanhar o evento”, o que também está ocorrendo em uma série de eventos, locais, regionais e internacionais, “apenas para compartilhar as experiências e propostas da REPAM”, segundo López.

Reconhecendo a importância de tais eventos “que são sempre necessários e desejáveis ​​para continuar posicionando a importância do Sínodo”, segundo Mauricio Lopez, ele faz uma chamada para que “possam ser identificados muito bem os canais, responsabilidades e prazos para distinguir o que é formalmente a consulta sinodal e o que tem a ver com outros eventos de difusão”. Não nos esqueçamos, como o Secretário Executivo da própria REPAM insiste que o Sínodo “é um evento puramente e absolutamente eclesial, em diálogo também com outras instâncias”.

 

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