Seminário e Assessores e Assessoras das CEBs da grande região Sul
Nos dias 19, 20 e 21 de maio, no Instituto Salette, Curitiba-PR, recebeu assessoras e assessores dos estados Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo para a realização do seminário promovido pelo Iser Assessoria e a Comissão Episcopal para o
O seminário teve como assessores o Pe. Agenor Brighenti e Pe. Vilson Groh, numa mesa redonda com Indicações da Evangelli Gaudium para as CEBs no mundo urbano. Um dos momentos foram as apresentações dos quatro estados do Sul sobre experiências e desafios das CEBs no mundo urbano
Aqui compartilhamos alguns relatos de participantes sobre o dia a dia do seminário de assessores a e assessoras.
Memória do sábado, dia 19 de maio de 2017
Como cada ponto de vista é a vista de um ponto, apresento a síntese do nosso primeiro dia do Seminário: “As CEBs e os desafi
Fomos muito bem acolhidos e apresentamos as alegrias e esperanças que trouxemos até aqui: lutas, resistências, ousadia e coragem. A Palavra de Deus nos iluminou com o mandamento do amor. Jesus, que nos chama de amigos, nos convoca a justiça: prática mais explicita do Amor.
Compreendemos porque estamos aqui. Fomos convidados pelo ISER e pelo setor CEBs da comissão episcopal para o laicato da CNBB para aprofundar a vivência das CEBs no mundo urbano, seguindo a proposta de Francisco, nosso papa. Precisamos estar unidos e articulados. Fazer aqui uma reflexão em mutirão a partir da base. Não estamos aqui por acaso, fomos indicados pelas nossas comunidades e regionais.
Tivemos uma profunda troca de experiências. A Liz nos apresentou a CEBs e sua história na Arquidiocese de São Paulo, sua história e realidade, a partir de Dom Paulo. Salete destacou como o neoliberalismo atingiu e atinge nossas comunidades, a importância da transformação das pessoas em agentes de transformação na Igreja e na sociedade, a tristeza das excessiva preocupação com a pastoral de conservação. Egídio apresenta a história das comunidades no Rio Grande do Sul, tendo como partida a referência do Ir. Antônio, Marista que realiza por conta o trabalho de conscientização política e formação de novas comunidades. Reneu apresentou a Igreja nas casa a partir da experiência de nucleação em São Miguel do Oeste e depois na Diocese de Chapecó em Santa Catarina, propondo uma novo eclesiologia.
Iniciamos a fila do Povo com provocações pertinentes e profundas. É preciso compreender os fatores que levaram a formação dos grandes centros urbanos. Sermos corajosos, ousados, Igreja Povo de Deus, sem divisão. Houve um distanciamento e esfriamento na questão política. Temos um território, uma eclesialidade, uma teologia e um sujeito. Nos afastamos das periferias e os pentecostais foram para lá. O neoliberalismo coloca medo nas pessoas e afasta as relações. É preciso ouvir Jesus e voltar para a Galileia, para periferia. A opção pelos pobres é condição para o seguimento de Jesus. Necessitamos de formação, alicerçada no método ver, julgar e agir. Fazer análises de conjuntura e assim buscar promover a participação ativa dos jovens. Precisamos visitar o passado com fonte e não como
A noite começamos conhecendo a experiência de uma CEB ecumênica. Fomos motivados pela provocação de sermos uma Igreja em poliedro. Fomos lembrados que a assessoria não tem a missão de dar respostas, mas ajudar nas perguntas. Assim surge algumas questões, como podemos celebrar o contexto urbano? O mundo urbano requer de nós ousadia e não extensão da paróquia. Precisamos superar o preconceito com a cidade. É preciso fazer a experiência do acolhimento, acolher e cuidar.
Fomos inquietados por sombras como a clericalização e paroquialização de nossas comunidades. A globalização da indiferença. Vimos que muitos estão interessados na fé e não na Igreja, e assim deixam a instituição em busca de uma experiência de Deus. Há uma nova categoria de cristãos, aqueles que não tem igreja. São hoje no país 16 milhões de cristãos sem Igreja. A dicotomia campo versus cidade não nos ajuda. Precisamos ver os pontos positivos do mundo urbano. É preciso sentir com as pessoas, muitas vezes nossa voz não diz nada para muitos. Ser CEBs é usar a pedagogia do encontro, pedagogia de Jesus.
Concluímos vendo que a boa instituição está constantemente e permanentemente se renovando. Assim louvamos a Deus pela sexta-feira rica de partilhas, experiências, sonhos e expectativas iniciando nosso seminário.
Por Djonh Denys Souza dos Reis
Ressuscitar a Esperança – Memória do Dia 19 de Maio
Chegamos na chuva fina, viemos de todo canto. Por guia, o Espírito Santo, por sonho o Reino de Deus. Como irmãos, filhas e filhos seus, entramos no Instituto, indignados e de luto, por tanta esperança morta. Sendo acolhidos na porta, nos quartos bem alojados, com o almoço saciados, nos reunimos na sala. O símbolo, o silêncio, a fala, toda a espiritualidade, somos a comunidade, na Igreja, a base e a ternura. Assim foi a abertura, com o Salmo, o Evangelho, e o Pinhão, antes da apresentação, a Gralha Azul semeou. O ISER se apresentou, trinta e cinco anos queimou, como uma vela, a servir, muito caminho a seguir, muitos outros percorridos. Entre abraços repartidos, nas pastas, crachás e canetas, escrevemos nas tarjetas, as expectativas trazidas. Depois de coladas e lidas, e organizadas por temas, a trouxe os problemas, os avanços e os resultados, das CEBs nos quatro Estados, que juntas formam o Sulão. Testemunhas da ação, Igreja o velho e novo. Depois a fila do povo, aprofundou o debate, foi lindo ver o resgate, da história e da caminhada, as CEBs sempre alinhada, com o Vaticano II. Inserida neste mundo, nem contra e nem a favor, pisando em cima da dor, e semeando a esperança, se o clericalismo avança, a resistência é mais forte. Se a vida venceu a morte, e o amor venceu a jura, a Análise de Conjuntura, muitas ideias conjuntas, mais valem as novas perguntas, que velhas respostas dadas. E damos por encerradas, por hoje as atividades, sabendo que é nas cidades, que temos que ser felizes, nós somos os nossos juízes, ter fé é mais que ir à Igreja. Bem Dito, Louvado seja, o Deus que com nós caminha. É nossa, é tua, e é minha, a missão é de cada uma e de cada um, Cuidar da Casa Comum, sendo irmãos e companheiros, ressuscitando a Esperança.
Curitiba, 20 de Maio de 2017 – Sábado
Por João Ferreira Santiago.
Teólogo, Poeta e Militante.
Memória do 2º dia:
Iniciamos acolhendo os Companheiros que chegaram à noite…e seguimos fazendo nossa Oração da manhã. Motivados pela riqueza do Oficio divino, fizemos memórias (várias recordações e situações), de nossa caminhada, cantamos à Maria e nos embebemos do Evangelho de João 15, 18-25.
Mesa Redonda:
INDICAÇÕES DA EVANGELLI GAUDIUM PARA AS CEBS NO MNDO URBANO
Pe. Agenor Brighenti:
• A Evangelli Gaudium é uma cópia mal feita de Aparecida. Para entender a EG temos que primeiro entender Aparecida
• Apda apresenta a cidade como um laboratório da cultura contemporanea.
• Onde a cidade é:
– Ponto de chegada e de partida – Urbanização é hegemônica.
– O mundo urbano como espaço ambíguo
– E Deus habita na ambiguidade da cidade
– Mas a cidade é também o lugar privilegiado da evangelização
– Na qual as CEBs se colocam como mediação para promover a plenitude da humanidade e da história
– Princípios que desafiam as CEBs no mundo urbano:
• O tempo é superior ao espaço
• A unidade é superior ao conflito
• A realidade é mais importante que a ideia
• O todo é superior à parte
Pe. Vilson Groh
• Para o Papa, a EG é o seu documento do coração. É uma síntese da Evangelli Nuntiandi de Paulo VI e o doc de Aparecida
• O que disse o Papa sobre as CEBs na sua audiência privativa ao Pe. Vilson:
– As CEBs têm que romper com o clericalismo; não repetir a Igreja de forma maquiada.
– Desafios no documento: os ministérios que precisam ser enfrentados.
– A Igreja do Brasil precisa levar a ele sugestões (colocar pautas para o Vaticano) uma delas é a celebração da eucaristia.
– A eucaristia, na comunidade, tem que ser um enraizamento do evangelho
– Lembrou da problemática ambiental, sobre a Amazônia, e sugeriu que seja um projeto ambicioso….
A EG:
• Ajuda-nos a voltar às Galiléias de Jesus para refazer o percurso de Igreja como lugares teologais para redescobrir Jesus. A carne de Jesus crucificado.
• Perder a experiência dos pobres é perder a experiência de Deus.
• Olhar o mundo do urbano, nº 92 na EG:
• Não deixemos que nos roubem a comunidade – fraternidade mística contemplativa.
• O grande fundo das galiléias: os moradores de rua, as mulheres, as juventude, as crianças… e recuperar este fio da cruz do abandono… é extremamente desafiador para nós que são os sobrantes, os descartáveis..
• A juventude como horizonte de desafios, como um grito das galiléias: para nos reinventarmos…
• Evangelização com espírito (último capítulo): recuperar de novo a paixão por Jesus. Eu ouvi, eu desci, eu conheci…
Considerações finais dos assessores:
Questões que ficam para as CEBs:
Pe. Vilson
• Rediscutir os espaços do público e do privado,
• Rearticular e repensar os conselhos,
• Repensar as cidades na gestão pública,
• Revisitar coisas importantes, ferramentas, como fé e política…
• Buscar assessorias para análises…
• Nossa formação na prática da cotidianidade, deve desencadear processos…
• Voltar ao documento e às galileias sem perder o foco do documento.
• Pensar numa perspectiva do reino na cidade sem perder o foco de uma mística transformadora e redescobrir a espiritualidade de Jesus que não é a do templo.
Pe. Agenor:
• Diversidade nas galileias de toda ordem: aprender a conviver com o diferente e nos enriquecer com as diferenças.
• Como não nos perdermos nesta diversificação?
• Nosso trabalho na perspectiva das CEBs é possível, não perdendo de vista a opção pelos pobres. Ela é o fio de ouro que tece a nossa ligação com o evangelho
• Distinguir conflito de confronto. Confronto é ficar na
• O conflito é o que vai possibilitar fazer processos para além das nossas diferenças. Pode dar unidade à diversidade
• Encantamento e reencantamento com as CEBs: não perder de vista o imperativo de fazer processos.
• O que vai ficar: Pequenas comunidades, pequenos grupos, mas de alta qualidade de vivência que serão focos de luz de uma igreja comprometida
• … e através sua fé a Igreja vai ressuscitar.
E fomos para o trabalho em grupos para aprofundar:
– Que Galiléias nossas CEBs estão pisando?
– Que conflitos estão presentes em nossa caminhada que assumidos podem surgir processos novos?
– Que tipo de enamoramento?
Na parte da tarde trabalhamos em 05 Oficinas
CEBs e Comunicação
CEBs e Ecologia
CEBs e Juventudes
CEBs e relações de Gênero
CEBs, Paróquias e Ministérios Leigos
Com a partilha dos grupos finalizamos os trabalhos da tarde, preparando-nos para o sarau que aconteceu à noite, com “causos”, piadas, cantorias, e uma bela mesa de partilha.
Por Neusa Mafra