Mais de 50 mil assinaturas exigem proteção para o Padre Júlio Lancelotti

As ameaças contra o padre Júlio Lancelotti, denunciadas por ele mesmo no início da semana passada, tem despertado uma onda de solidariedade no Brasil todo. Muitos grupos, pastorais, movimentos sociais, a CNBB Regional Sul 1, o cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, tem se pronunciado com mensagens de apoio e solidariedade. O maior apoio em favor do Vigário Episcopal da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo tem vindo do abaixo assinado em Change.org (https://www.change.org/p/governador-do-estado-de-s%C3%A3o-paulo-protejam-padre-j%C3%BAlio-lancellotti/u/27747529) promovido por Toninho Kalunga Sá, em nome do grupo Política e Religião, que neste domingo, 20 de setembro, já tinha ultrapassado os 50 mil apoios.

O abaixo assinado, diz ser uma iniciativa de “engajados em movimentos sociais e populares, defensores do respeito à dignidade humana e, acima de tudo, do respeito à vida”, mostrando no texto sua solidariedade “com o Padre Júlio Lancellotti pelas ameaças que vem sofrendo”. Diante disso, exigem das autoridades competentes “as garantias necessárias à integridade física dele, daqueles que o auxiliam e dos que por ele são assistidos”.

Junto com isso exigem justiça, “a completa apuração e consequente identificação não apenas dos autores das ameaças e insinuações maldosas que lhes são dirigidas, como também dos possíveis mandantes de tais fatos e dos reais motivos que se escondem atrás de tais ameaças”. A base do pedido está no fato do respeito que deve existir em toda sociedade democrática, não admitindo gestos próprios de jagunços ou milicianos, “normalmente alimentados por posições fascistas e intolerantes”.

Segundo Toninho Kalunga Sá, “nós fizemos este abaixo assinado com a preocupação de tirar o padre Júlio Lancelotti do isolamento, no sentido de que as vezes as coisas acontecem e a pessoa, embora seja muito conhecida, como é o caso dele, mas não se expressa essa solidariedade de forma física, no caso uma assinatura virtual, meio paradoxo, mas é isso”. Em sua opinião, “uma pessoa que sente que tem 50 mil pessoas que estão assinando uma petição em razão do seu trabalho, de fato é uma pessoa que sente e deve se sentir fortalecida. Mas ela é apenas o primeiro passo”.

Junto com isso, um segundo passo, afirma Kalunga, “é colocar isso nas mãos de autoridades que tem o dever de resolver situações como essa, com duas lógicas, primeiro de identificação de agressores, segundo como punição àqueles que incentivam essa agressão”. Ele insiste em que “nós não queremos ofrecer a essas pessoas nenhum tipo de ação que não seja a ação política, propriamente dita, no sentido de mostrar que não dá para haver tolerância com o fascismo nem com práticas fascistas dessas pessoas que são intolerantes”.

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