Por João Santiago*
Precisa amar a política como a forma mais sublime de se exercer a caridade e como fonte de políticas públicas de qualidade e de transformação das realidades de injustiça e de exclusão.
Precisa saber chorar com os que choram e com eles lutar para superar as injustiças que lhes causam dores, cuidando de cada pessoa em suas especificidades e grupos e de toda a nação sem qualquer distinção e sem desdenhar de seus sentimentos.
Precisa saber amar e respeitar as pessoas, as culturas, as mulheres, as orientações sexuais e religiosas e respeitar a liturgia do cargo.
Precisa saber amar e respeitar a sua mãe, a mãe de sues filhos, a minha mãe e todas as mães e todas as mulheres, sem ofendê-las, mesmo que indiretamente ao ofender as mulheres de seu convívio.
Precisa ter uma inteligência amorosa, um coração compassivo, mesmo que tenha dedos a menos, a língua presa e até praticar algumas discordâncias verbo-nominais, sendo isso secundário inclusive, desde que tenha e demonstre caráter.
Precisa ter experiência de viver e conviver em comunidade e saber dialogar com a nação, ouvindo os seus sonhos e as suas necessidades e propor ações governamentais que garantam os Direitos Humanos Fundamentais.
Precisa ser honesto, ter sensibilidade de caráter e coragem para inovar criando novas formas de fazer política, sobretudo as políticas sociais que garantam a dignidade da vida e da pessoa humana, inclusive com sensibilidade para com as questões ecológicas.
Precisa ser um sonhador, um semeador de esperança e um pacifista inquieto que não lava as mãos frente as tempestades e nem fomente o ódio entre o povo, gerando discórdia e violências.
Precisa ser um líder corajoso e democrático que traga para si as questões fundamentais que são essenciais para o país e para o povo e jamais terceirizar suas responsabilidades.
Precisa saber fazer política com o coração e com a razão e não fazer da política e do governo um privilégio ou um escudo para garantir a imunidade e a impunidade de sua família e de seus amigos e cúmplices
Precisa saber respeitar a autonomia dos outros poderes e ser Republicano, nas formas de governar e na ética política, ter humildade e educação para ser exemplo de democrata e de estadista, que não negue a política.
O Presidente que eu quero para o meu país, deve ser um humanista convicto, um democrata inconteste e acima de tudo, um ser humano que se humaniza a cada dia.
João Santiago – Teólogo, Poeta e Militante.