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Tentativa de golpe provoca destruição, mas é repudiada

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O que ocorreu neste domingo, 8 de janeiro, foi uma tentativa de golpe – por sinal, muito semelhante à invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, pelos partidários de Trump que, lá também, não aceitaram o resultado das urnas. Mais de cem ônibus, vindos de vários estados, trouxeram a Brasília uma massa de bolsonaristas para invadir os 3 poderes, Palácio do Planalto (Executivo), Congresso (Legislativo) e STF (Judiciário) e quebrar tudo o que encontrassem pela frente. Por trás destes terroristas, se encontram setores das Forças Armadas, provavelmente esperando que, frente ao caos instalado, fossem convocadas – através da decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Isto lhes concederia o poder de controle e de comando. Seria o meio de conseguirem a intervenção militar tão ansiada pelos bolsonaristas radicais.

O golpe contou ainda com tentativas de impedir o acesso a refinarias em vários estados, resultado não obtido, assim como o estabelecimento de bloqueios em algumas estradas do país, a maioria já desfeitos.

O governo Lula rejeitou a alternativa da GLO e decretou intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal já que aí, governador e secretário de Segurança atuaram e se omitiram juntos para deixar livre a Esplanada para a invasão dos terroristas.

Além desta intervenção, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do DF por 90 dias, o desmonte dos acampamentos em frente a quartéis em todo o Brasil. O ministro da Justiça determinou a investigação e a punição de todos os envolvidos nos crimes.

Pesquisa de opinião feita na noite de domingo revelou que 90% rejeitaram os atos de destruição em Brasília. Inúmeros governadores condenaram os atos, os principais líderes políticos se manifestaram no mesmo sentido. Governos estrangeiros externaram sua repulsa à tentativa de golpe e tornaram público seu apoio ao governo democraticamente eleito de Lula.

É evidente a responsabilidade do ex-presidente Bolsonaro pelo que aconteceu: ele sempre colocou em dúvida as urnas eletrônicas, nunca reconheceu o resultado das eleições e sempre apoiou as manifestações golpistas como “democráticas”. Sugeriu, propôs, defendeu, ao longo dos quatro anos, a ideia de um golpe e, nos últimos meses, estimulou, com linguagem dissimulada, seus apoiadores a agir. No mínimo, ele deve ser declarado inelegível; certamente, deve ser processado pelos inúmeros crimes que cometeu durante seu mandato.

O bolsonarismo sai mal deste episódio: quem tentava defender suas manifestações como “democráticas”, “pacíficas”, “liberdade de expressão”, perdeu a razão. Seus atos foram violentos, destruidores de patrimônio público e os estragos que produziram ficaram à vista de todos. Atos criminosos, pois visavam a destruição do Estado de Direito. Os acampamentos em frente a quartéis – “incubadoras de terroristas” – estão sendo desmontados. No caso de Brasília, seus 1.200 participantes foram detidos. A comoção geral em reação à destruição promovida em Brasília significou perda de legitimidade para o campo bolsonarista radical. Os parlamentares que os apoiam terão menos espaço para seu discurso raivoso.

Em contraposição, o governo Lula obteve forte respaldo, tanto interna quanto externamente. Terá mais apoio para levar à frente as políticas públicas que se fazem necessárias para reconstruir o país.

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