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Pastoral Afro participa da XXII Romaria das Comunidades Negras

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

Todos os anos a Pastoral Afro Brasileira promove no primeiro sábado de novembro no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida a Romaria das Comunidades Negras que inicia as celebrações e reflexões sobre as temáticas da negritude na Igreja e na sociedade. Esse ano o tema foi Com a Mãe Negra Aparecida buscamos superar o racismo e a violência, construindo uma cultura de paz. E o lema Vós sois todos irmãos(Mt. 23,7). Esse tema se associa a Campanha da Fraternidade deste ano e também com os 30 anos da CF sobre o negro.

As dioceses do Regional Leste 1 que a Pastoral Afro Brasileira está articulada assumiram a missão da animação da missa, as reflexões feitas nos grupos de base sobre o tema e o lema. Nossa diocese assumiu a procissão de entrada e nossa Pastoral Afro Miguel Thomaz através da tia Sônia entrou com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e Sr. Airton no momento cultural declamou suas poesias em forma de samba.

Durante a manhã as atividades ficaram concentradas na Tribuna Papa Bento XVI, onde ocorreram diversas apresentações, como capoeira, jongo e outras expressões da cultura afro. Às 10h30 foi realizada a missa na basílica. Logo após os romeiros vindos de todo o Brasil saíram em direção ao auditório padre Noé Sotillo onde passaram a tarde refletindo sobre o tema: “Com a Mãe Negra Aparecida, buscamos superar o Racismo e a Violência? e o lema: “Deus ouviu o clamor de seu povo negro”. A Romaria também comemorou os 30 anos da Pastoral afro no Brasil, importante trabalho que vai além dos muros da Igreja, como explicou padre José Enis, secretário Nacional da pastoral. “Precisamos trabalhar para que o racismo esteja cada vez mais distante da nossa comunidade. Ele ainda é muito presente. Nós sentimos no nosso dia a dia o quanto ele ainda prejudica a nossa comunidade negra. Essa comunidade que  ajudou a construir o Brasil, a América Latina, América do Norte e a gente vive alijado do processo de cidadania. A segunda questão é em relação à violência contra os jovens negros. A maioria das mortes dos jovens no Brasil é negra. Os jovens negros estão sendo dizimados. Precisamos chamar a atenção não só da população negra, mas de toda a sociedade brasileira”, reforçou.

Haverá outras atividades alusivas a essas temáticas como a noite de formação no dia 19/11 com Gilberto Simplício e 20/11 a missa em ação de Graças pelo dia da Consciência negra na Paróquia de Santa Teresa abrangendo os grupos de Pastoral Afro de nossa região pastoral

A Pastoral Afro-Brasileira foi declarada como organismo oficial da Igreja do Brasil em 1998, mas começou a ser idealizada na década de 1970. Nesse processo, Dom Gilio Felicio, bispo negro, foi uma pessoa fundamental.

A pastoral afro-brasileira surgiu a partir de um longo e difícil processo de conscientização e militância de gerações de negros e negras, que assumiram viver sua fé a partir da sua negritude. Na Igreja do Brasil, surgiu como fruto do documento de Medellín e Puebla que defenderam a opção preferencial pelos pobres

Um momento importante foi a Campanha da Fraternidade de 1988, com o tema “Ouvi o clamor deste Povo”, focado na população afrodescendente.

Foi em 2003, que graças ao documento 85, a Pastoral passa a integrar a estrutura da CNBB, como espaço de ação e conscientização da Igreja e da sociedade para a realidade da população afro-brasileira.

A Pastoral está presente em muitas dioceses do Brasil, por meio de grupos vinculados às CEBs e articulados com as Pastorais Sociais.

Fotografia: site Santuário de Nossa Senhora de Aparecida e Diocese de Barra do Piraí e V. Redonda

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