Igreja que nega a libertação, agora se auto denomina “escravos de Maria”. Um erro teológico e social.
Maria, antes de tudo Mulher e judia, era enraizada em uma tradição religiosa e social que diminuía a figura feminina como protagonista da história. A mulher era vista como um objeto que o homem podia descartar se não lhe agradasse (Dt 24, 1). Não tendo voz diante de nenhuma autoridade, envolta no matrimônio, à mulher não era permitido que falasse com homem algum, podendo até ser considerada adúltera. Na esfera religiosa, nos templos, a ela era reservado um lugar a parte.
Maria, sendo mulher libertadora, rompe essas amarras com o maior SIM da história. O Sim libertador de Maria (Lc 1, 38) se mistura ao Amor que se encarnou por meio dela (Jo 1, 14) para trazer liberdade, sobretudo às mulheres, que já não são vistas como objeto que possa ser descartado, mas com o homem formam uma só carne (Mc 10, 8).
Na Comunidade de Jesus, às mulheres não era mais reservado um lugar a parte no templo, mas seu lugar era aos pés de Jesus, para ouvi-lo como Maria, irmã de Marta (Lc 10, 39), ou como Maria que ficou aos pés da cruz sendo sinal de serviço e fidelidade (Jo 19, 25).