Já nasceu filho de mãe solteira, embora o Papa Francisco diga que mãe não é estado civil. Mas, um homem chamado José o acolheu como filho e à sua mãe, chamada Maria, como esposa (Mateus 1,24).
Quando nasceu, provocou um banho de sangue. Um rei chamado Herodes, para eliminar um possível concorrente, mandou matar todos os recém nascidos do momento. Mas, ele escapou vivo e ileso (Mateus 2,1).
Aos 12 anos foi visto num templo falando de um pai que nem seus pais entendiam. Se fosse hoje, diriam que estava fumando erva (Lucas 2, 41-42).
Aos 30 anos foi para o deserto. Ali, seu famoso inimigo, o Diabo, lhe ofereceu riqueza, poder e glória, desde que ele prostrado o adorasse. Não aceitou nenhuma e foi ser “gauche na vida” (Lucas 4, 1-13).
Começou seu ministério chamando para trabalhar com ele pescadores, publicanos e gente da ralé (Lucas 5, 1-11).
Aos poucos, maravilhava a alguns e incomodava a outros. Enquanto fazia milagres, multiplicava pães e peixes, curava doenças, era bem quisto pelo povo. Mas, seus inimigos começaram a ver nesses sinais um tipo de poder que deveria ser combatido.
Foi acusado de andar com gente de má fama (Marcos 2,15), com publicanos (Mateus, 9,11), com pecadores (Lucas 15,2), de curar em dia de sábado (Marcos 3, 1-6), de comilão (Mateus 11,19), de beberrão (Idem), de demônio (Marcos 3, 22-30) e muitos outros rótulos que não honravam nenhuma pessoa.
Mas, teve um dia que chegou a gota d’água. Ele se disse filho de Deus. Aí era a pura heresia. E, segundo os fariseus, quem se dizia Deus, deveria ser morto (João 19,7).
E assim o foi. Preso, julgado – parecia os julgamentos do Sérgio Moro e da Lava-Jato -, condenado e executado numa cruz.
A verdade é que nunca acharam seu corpo e os discípulos dizem que ele ressuscitou. Há dois mil anos atravessa a humanidade entre aqueles que o adoram e os que gostariam de crucificá-lo novamente.
Papa Francisco que o diga.
Fonte: https://robertomalvezzi.com.br/2020/02/18/o-herege-jesus-de-nazare/