As CEBs marcaram consideravelmente a história sociopolítica do país, assim como a história de vida de muitos homens e mulheres. No Maranhão, as primeiras CEBs teriam surgido nas cidades do interior, em Tutóia e Bequimão, seguidas por Barreirinhas, Urbano Santos, São Benedito do Rio Preto, Santa Rita, Itapecuru e Lago da Pedra (região de muitos conflitos de terra que teve a participação marcante da diocese e das CEBs). Após um período de grande fermentação, várias mudanças no contexto social e religioso afetaram as CEBs, junto ao processo de urbanização do país. De um lado, a abertura democrática, o enfraquecimento dos movimentos sociais, a subida da esquerda ao poder e a defasagem de seus princípios; do outro, a condenação da Teologia da Libertação, o projeto centralizador do Vaticano, o avanço do protestantismo e da Renovação Carismática Católica, traços que compõem a nova conjuntura moderna e que contribuíram com a perda significativa de espaço das CEBs, dentro e fora da Igreja
Ao estarem inseridas neste mesmo campo, as CEBs deparam-se igualmente com esta questão do crescimento pentecostal aqui no Maranhão, que vem sendo percebida não necessariamente como uma ameaça, mas como um desafio para a ampliação de sua acolhida ecumênica e inter-religiosa. Durante o IX Intereclesial, realizado na cidade de São Luis do Maranhão (1997), um dos blocos temáticos tratou justamente da questão do diálogo com os pentecostais e carismáticos católicos. Sublinhou-se o desafio da busca da convivência cotidiana e do exercício dialogal comum nas ações e lutas concretas a favor do povo. Mesmo diante de todos esses desafios as CEBs do regional NE 5 Maranhão continuam vivas e presentes na vida, na luta e na resistência dos nossos irmãos e irmãs leigos e leigas das nossas diversas comunidades, pastorais e movimentos.
Atualmente estamos presentes nas 12 dioceses do Maranhão (Bacabal, Balsas, Brejo, Coroatá, Caxias, Carolina, Grajaú, Imperatriz, Pinheiro, São Luis Viana e Zé Doca). Com coordenações diocesanas que acompanham as comunidades por meio de encontros formativos e participação nas atividades diocesanas e paroquiais.
A nível regional, trabalhamos em forma de equipe de coordenação hoje formada por Martha Bispo, Jean Araújo, Marcello, Ir Ana Amélia, Eraudina e Padre João Maria. Reunimo-nos como coordenação da equipe de CEBs Regional três vezes por ano e para preparar uma formação, e há duas reuniões da Ampliada das CEBs, que é formada por duas pessoas de cada diocese que fazem parte da coordenação diocesana de CEBs. Nesses encontros discutimos sobre a nossa caminhada a nível regional e diocesano e como podemos contribuir como CEBs presente no meio do povo e na vida da igreja, como também realizamos o nosso planejamento regional, sempre em sintonia com as diretrizes da Igreja do Brasil.
Jean
Araújo da Silva[1]
[1]
Com revisão de Martha Bispo