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Carta do 7º Intereclesial das CEBs do Paraná

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

Umuarama, 24 de Abril de 2016

Reunidas na Diocese de Umuarama, eleita como a Terra Santa, entre os dias 21 e 24 de Abril de 2016, as Comunidades Eclesiais de Base do Regional Sul II da CNBB, celebraram sob a Luz do Espírito Santo o VII Encontro Intereclesial. Tendo por tema, “CEBs no Paraná e os Desafios no Mundo Urbano”. Iluminado pelo lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7). A partir do método VER-JULGAR-AGIR-CELEBRAR, com uma plenária central e doze mini plenárias o tema foi refletido pelos peregrinos e peregrinas.

A celebração de abertura foi na Catedral do Divino Espírito Santo e contou com a presença de sete Bispos, sendo presidida por Dom João Mamede Filho. A animação contagiante foi feita pelo Grupo da folia do Divino. Ao final festejamos a reedição pelos 25 anos da Carta Pastoral sobre as CEBs de Dom José Maria Maimone.

O encontro teve a presença de 752 peregrinos e peregrinas, sendo: 313 homens: 439 mulheres Destes são 681 leigos; 22 padres; 14 diáconos; 7 bispos; 24 religiosas e religiosos; 2 indígenas; 1 pastor luterano e uma reverenda anglicana. A equipe de trabalho contou com mais de 150 membros. 330 famílias acolheram os peregrinos e peregrinas em suas residências. As discussões foram facilitadas por 14 assessores e assessoras de plenárias.

Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavaí conduziu-nos à uma reflexão profunda e realista visitando às periferias existenciais. É nelas e a partir delas, que assumindo o compromisso com sua transformação nos encontraremos com Jesus Ressuscitado. Somos discípulos e discípulas de um Deus que não se cansa de amar e de perdoar e que nos diz, ‘não tenha, medo!’

A assessoria da grande plenária do VER, feita pelo padre Agenor Brighenti, que apresentou uma fenomenologia da Cidade e uma reflexão a partir do VER, sobre os desafios da vida no mundo urbano. O processo de urbanização se deu repleto de contradições, disse-nos ele, que permanecem gerando insegurança e exclusão. A cidade se apresenta como o lugar da liberdade irrestrita, mas…; como o lugar das oportunidades ilimitadas, mas…; assim temos uma sociedade de sensações. A fé também é afetada por todas estas ambiguidades e contradições. Prevalece em muitas manifestações religiosas a concepção de salvação como sendo: prosperidade material, realização afetiva e saúde física. Assim temos a degustação do sagrado. Após esta

provocação os peregrinos e peregrinas aprofundaram a discussão em doze plenárias com os seguintes temas: Violência no mundo urbano; Desafios do mundo do trabalho; Desafios da família no mundo urbano; Habitação; Economia Solidária; Juventudes; Migrações; Meios de Comunicação e mídias sociais; Políticas públicas, controle social e participação popular; Questões ambientais; Mobilidade urbana; Movimentos e organizações sociais urbanos. A análise de conjuntura apresentada por Celso Pinto Carias nos trouxe elementos centrais dos desafios e possibilidade para as CEBs frente à crise política que ameaça o Brasil.

A plenária do JULGAR teve a assessoria partilhada por Dom Manoel João Francisco, bispo de Cornélio Procópio e referencial das CEBs do Paraná e também por Celso Pinto Carias, assessor das CEBs para a CNBB. Refletindo a partir da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, “Casa Comum, nossa responsabilidade”, sentimos a necessidade de mudarmos as nossas atitudes. “Mudar significa mudar-se”. Cain fundou uma cidade, (Gn 4,17), mas ele era um criminoso e só poderia fundar uma cidade violenta. A bíblia inicia, portanto, fundando uma cidade, e termina apontando para uma nova cidade (Ap 22). Hoje o mundo urbano é feito de imensas periferias desconhecidas e que precisam ser desveladas por nossa fé. Não podemos nos acostumar com pessoas morando nas ruas, crianças abandonadas, idosos esquecidos, viúvas e órfãos descuidados. São princípios proféticos dos quais nós não podemos nos distanciar. A cidade é um lugar de violências e exclusões, mas também de possibilidades. Após este momento o tema foi aprofundado pelos peregrinos e peregrinas nas mini plenárias.

O momento do AGIR, trouxe os compromissos assumidos nas experiências partilhadas e aconteceu por província. A Igreja Povo de Deus em saída, seguirá com o compromisso de lutar por libertação.

A caminho do XIV Intereclesial Nacional de CEBs, que acontecerá na Arquidiocese de Londrina em Janeiro de 2018, retornamos às bases para fortalecer as lutas nas comunidades e aprofundar as discussões dos desafios no mundo urbano.

O Trem das CEBs não pode parar, e aqui no Paraná, ele caminha para a próxima estação. Sobre os trilhos da fé e alimentado pelo combustível da esperança, armaremos nossa tenda em 2020 para o VIII Intereclesial de CEBs na Diocese de Apucarana.

Pela intercessão de Nossa Senhora do Rocio, Mãe e padroeira do Paraná, pedimos as luzes do Divino Espírito Santo para todas as nossas comunidades.

Amém! Axé! Awerê! Aleluia!

Fonte: https://cebsdobrasil.com.br

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