O texto é de Tonny Cálices, da Irmandade dos Mártires da Caminhada que vêm contribuindo com a construção da memória das pessoas assassinadas por defenderem a justiça e o Reino de Deus para todos e todas.
Acomapanhe!
Nicolau Van Kleef, padre vicentino de nacionalidade holandesa, assassinado dia 08 de maio de 1989, com um tiro na cabeça, por um militar em Santa Marta, Chiriquí, Panamá.
Faltando 15 minutos para começar a Missa em 8 de maio, data da realização de eleições na República do Panamá, uma bala foi disparado contra Pe. Nicolau que há 24 anos estava confinado a uma cadeira de rodas.
Nicolau foi ordenado em 1963, seguindo os passos de um tio que era missionária na Guatemala, quis ele também partir em missão no ano de 1965, foi primeiro para Guatemala e depois para o Panamá. Neste mesmo ano sofre um acidente pouco depois de chegar à província de Veraguas, que o deixou confinado a uma cadeira de rodas. Por conta da gravidade dos ferimentos é levado para a Holanda, onde permaneceu um longo tempo no hospital, recebendo atendimento médico especializado, o que o ajudou a recuperar os movimentos dos braços, a ponto de poder dirigir seu próprio carro.
Mesmo estando em uma cadeira de rodas em nada diminui a vitalidade deste padre, que fazia tudo; celebrava missa, pregava a palavra de Deus, aconselhava as pessoas que estavam necessitadas de uma palavra de ânimo, dava conselho aos jovens, sempre bem humorado, incansável na ação pastoral e no serviço em favor do povo.
Na província de Chiriqui trabalhou na comunidade e em seguida, em Santa Marta, onde ele deu a sua vida em benefício dos mais humildes.
A cada ano, os paroquianos e padres realizam uma caminhada da Igreja da Imaculada Conceição, para a comunidade de Santa Marta, onde estão os seus restos mortais de Nico, como era chamado pelos amigos da comunidade.
Pe. Nicolou com sua forma genuína de ser cativou os corações de muitas pessoas que o viram como um homem que fez honra a sua frase favorita “Eu quero ser uma boa notícia”.
Abaixo um poema em homenagem ao Pe. Nicolau.
VAN KLEEF – Pe. Alcibiades Guerra, C.M.
Por si acaso alguno cree que te olvidamos
Por si acaso alguien ignora nuestro llanto
Te entrego amigo, hermano este canto
Y el compromiso firme de imitarte
Un canto que recoge humildemente
La protesta de un pueblo ya cansado
Que denuncia las balas asesinas
Y la voz mentirosa de estos días
Ves amigo, mil manos jóvenes y erguidas,
Sobre este suelo regado con tu sangre,
Florecen comoAmor, florecen como Paz
Derraman como cantaros tu luz
Cuanto necesitamos de tu magia
De tu noticia buena y tu sonrisa
Tu terquedad de niño y tu manera
De servirle a la gente con tu vida
Celebrar ese día, solo querías,
La Misa de la Paz y la Alegría
Más la sombra del odio se interpuso
Llevando hasta la muerte tu camino
Hoy que la vida sigue adelante
Y en Santa Marta un mártir nos anima
Dejemos el temor que nos doblega
Y avancemos de frente con su silla
Ni con palabras dulces, ni con gritos
Ni con una mentira entre los labios
Podrá nadie quitarnos el regalo
De Libertad, Respeto y Evangelio
Que encontramos inmerso entre tus ojos
Cual aurora de luz y nueva vida.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.