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Viver em Comunidade

Por Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters

Podcast Outro Papo de Igreja, do Serviço Teológico Pastoral

O Evangelho desse domingo, 25º Domingo do Tempo Comum, apresentou através do Evangelho de Marco 9, 30-37, a passagem em que Jesus atravessando a Galileia, decidiu ensinar aos apóstolos, informando sobre a morte e ressurreição. Mas também sobre a importância de se por à serviço. “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” Na mesma passagem Jesus usou como exemplo a bondade a pureza de uma criança para a verdadeira construção do Reino.

Com propriedade Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters usa essa passagem do Evangelho para provocar uma profunda reflexão sobre o verdadeiro sentido de viver em Comunidade.

Leia o texto na íntegra.

Viver em Comunidade é encontrar espaço para viver uma nova experiência de Deus, quando verdadeira, traz mudanças profundas na convivência humana. Viver em Comunidade na proposta de Jesus é construir relações de Fraternidade, de partilha e de reconciliação. Não é uma tarefa fácil nos dias de hoje.

Vivemos numa sociedade violenta, egoísta e consumista. E esses valores mundanos entram na Comunidade e vão roendo as relações, como cupins roem as madeiras que sustentam a casa. Uma hora, tudo desaba! Esse é o alerta que Jesus nos faz hoje no Evangelho.

Os valores do mundo trazem a competição, a disputa, a luta pelo poder. Tem gente que entra na Comunidade e busca poder, grandezas e posições. Querem se destacar, querem dominar. Querem poder e não serviço.

Jesus vem os ensinar os valores que sustentam a vida comunitária. Entramos na Comunidade para viver a fraternidade, a igualdade e a partilha de bens e de serviços. Na comunidade existem pessoas amigas e não empregados. Por isso, o exercício do poder se manifesta na disponibilidade e no serviço mútuo.

A vida em Comunidade exige perdão e reconciliação. Jesus chama uma criança e a coloca como exemplo. Ele não nos pede que sejamos infantis. Mas devemos aprender com as crianças o espírito de companheirismo, a facilidade de perdoar e esquecer. As crianças rezam com amor e dedicação. Mesmo o barulho feito pelas crianças é sinal de alegria e de vida. Se não nos tornamos como crianças, não entraremos no Reino de Deus.

Uma Comunidade cristã não pode fechar-se em si mesma. Jesus não quer que nossas Comunidades sejam grupos isolados, vivendo para si mesmos. Todo fechamento contraria a proposta do Reino.

Também não podemos querer monopolizar o Evangelho de Jesus. Temos que construir parcerias com outras Comunidades, Igrejas ou grupos que buscam viver os valores transmitidos por Jesus.

Como lembra a Carta de Tiago, nossa opção por Jesus se traduz num comportamento humilde, pacífico, compreensivo, cheio de misericórdia e de bons frutos, sem discriminações nem hipocrisias. Temos que viver a proposta de Jesus dentro de um espírito ecumênico, aberto e tolerante.

Texto Catequese Bíblico-Missionária, retirado do folheto da missa da Editora Santuário.

Foto: Periodista Digital

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